domingo, 19 de agosto de 2012

Tudo acabou


Tudo que eu sempre quis, tudo que eu sempre precisei, estava aqui nos meus braços. Mas acabou, tudo uma hora acaba, tudo sem excessões…

Eu estava aqui para você, iria dizer a ela.E nós podemos ficar juntos por algum tempo, podemos apenas fingir, pois nunca mais seremos os mesmos

Isto acabou antes, antes de começar: seu beijo, seus chamados, seus controles , seus lábios, suas mentiras, sua luxúria.

Tudo isso acabou.

sábado, 12 de maio de 2012

Um problema

A ressaca pesava em sua cabeça
em sua cabeça pesava os sentimentos
os sentimentos da indecisão, das dúvidas, dos problemas,
e claro, da ressaca.
Se lembrou do seu amor
pelo menos ele ainda tinha um amor
mas estava longe dela
pensava em como deveria ser bom ser um homem normal
com sua namorada ao lado, pensando viver e evoluir como um homem
sem suas nostalgias mentais, suas depressões desnecessárias
suas dúvidas existenciais e sofrimentos amorosos
e claro, sem suas ressacas.
Já estava farto de estar sozinho,
farto de não ter um Deus,
farto de seus pensamentos, do sistema, das pessoas
e claro, estava farto de suas ressacas.
As vezes pensava em desistir de tudo,
jogar os braços para o alto
ou quem sabe até mesmo permanecer com os braços para baixo para sempre.
Porém sempre batia uma lógica
que na verdade, o seu verdadeiro problema,
seja a ressaca.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Sussurros Medíocres

   Em outros corpos procuro confortar-me em seus inefáveis abraços, em profundas drogas, alucinógenos, remédios, procuro anestesiar uma dor na qual proclamamos como saudade.
   Escondendo a verdade de você e até mesmo de mim, numa simples tarde por incrível que pareça, completamente sóbrio, descarrego essas palavras que escrevo em pura forma de sofrimento, alívio, dor e paz. Nada que temos de entender ou tomar alguma providência, nada à se preocupar...
   Afinal, são apenas sussurros de uma pobre mente atordoada e apaixonada entre outras bilhões que desabafam por aí.

sábado, 3 de março de 2012

O Trágico Amor


   Mary estava chorando e seu coração ardia como nunca ardeu antes. Estava apenas com sua irmã mais velha Rose diante do velório de sua mãe. Uma dor insuportável que Mary não sabia se conseguiria aguentar.
   Moravam em uma casa afastada além da zona rural de Utah, não tinham vizinhos e sobreviviam através de seus gados, galinhas e plantações. Levavam uma vida tranquila, porém, que foi quebrada pela morte inesperada de sua mãe.
   Um homem misteriosamente apareceu durante o velório, aparentava ter em volta de seus trinta anos, trajado de esporte fino, boa aparência...Um cara bonito. Disse às irmãs que foi um grande amigo de sua falecida mãe. Acabou por consolando Mary.
   Se conheceram por três longas e boas semanas e se amaram intensamente por quatro meses. Mary já tinha se recuperado da perda da mãe e estava completamente apaixonada pelo certo rapaz. Foi como se alguém além dos nossos alcances tivesse enviado-o para completar o pedaço que iria faltar com a perda de sua amada mãe.
   Mary abriu os olhos certa manhã e notou que seu amado não estava ao seu lado, com um único bilhete deixado: "desculpe". Desde então ele simplesmente sumiu de sua vida. Ficou dois meses em estado de choque, vegetativa morando com sua irmã pensando no porquê ele fez isso e como foi capaz de tal atitude.
   Já não se aguentava mais, e não tinha suicidado-se porque achava que ainda poderia haver uma possibilidade dela revê-lo. Quando simplesmente ocorreu o pensamento mais perverso em sua mente. Ficou mais atormentada ainda com a simples lógica que entrou em seus pensamentos, porém, era uma alternativa.
   Mary matou sua irmã mais velha...
   E seu amado não compareceu ao velório.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Entre os vales

   Já estava a dois dias sem trocar uma palavra pelo celular quanto muito menos pela internet com ela. Já estava de mau humor com a vida, de mau com seus sentimentos e consigo mesmo. A conspiração da tranquila vida não estava colaborando com ele.
   Decidiu-se sair naquela noite para esquecer os problemas. Ele sabia que a bebida era uma das soluções momentâneas. Como sempre: "1 vinho por favor". Um litro "guéla" abaixo até que decidiu-se ligar para uma amiga e desabafar um pouco, ele precisava ouvir alguma coisa, algum conselho...mesmo que inúteis que fossem...ele precisava ouvir algo.
   Dentro de minutos já estava em outro clima ( menos tenso ), encontrou com alguns amigos como previsto, conversaram e foram fumar alguns baseados. Mesmo já em estado embriagado e longe...seus pensamentos ainda estavam voltados para ela. Ainda não estava aliviado consigo mesmo, precisava de algum estimulante para tentar tira-lá de sua mente. Estimulou-se.
   De repente seu redor tornou-se engraçado, novo e até um pouco interessante. Sua cabeça já estava em outro mundo, seus pensamentos longes e seus sentimentos em outras devastas dimensões. Horas se passaram enquanto conversas sem sentidos eram vivamente dialogadas. Seus pensamentos já não pertenciam a ele mesmo...estava violento, ofegante e precisava descontar em algo.
   Os efeitos se passaram, os sentimentos adormeceram e o mundo estava pesando um pouco menos para ele. Sua noite já tinha bastado até o momento. Ao ir a pé para sua casa, reparou como estavam belas as colinas que separam o estado de São Paulo com Minas Gerais sob o luar da madrugada.
   Sabia que de nada tinha adiantado nesse seu dia, porém sentia-se mais confortado consigo mesmo. O fato de saber que estava se auto destruindo o confortava disso. Preferia se matar aos poucos do que sofrer de amor.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Infância maluca

   Estava na rua a passar, sem nada pensar,
   a não ser pela tristeza lamentar.
   preocupando-se com problemas ínfimos
   lá estava eu, com pedras no chão á chutar

   Até me deparar com uma criança olhando para o céu,
   um duelo de pipas estava ocorrendo, coisa maravilhosa !
   a rabiola foi cortada - "Rodou, corre !!!!! " - disse eu por brincadeira
   o menino disparou como uma bala frente a rua
   de repente me esqueci de todos os que eu chamava de "problemas".

   A pipa rodou para dentro de um campo de futebol,
   tudo que aquele menino queria naquele momento era aquela pipa
   uma pipa que ele jamais tocou, que ele jamais soltou
   algo parecido com uma obsessão platônica.

   A criança entrou pela porta errada, voltou desesperado
   olhou ao redor, nenhuma outra criança por perto,
   entrou na entrada correta do estádio,
   um bom guarda entendeu oque estava ocorrendo
   deixou o menino entrar.

   Queria voltar a ser uma criança,
   ou ao menos ter uma mentalidade de tal,
   nada de problemas, nada de amores, nada de ambição,
   a não ser por algumas pipas.

   O jovem garoto saiu com a pipa em suas mãos
   erguida, como um troféu de fórmula 1, como uma cabeça persiana decepada sob os [braços erguidos de um espartano.
   E eu apenas a olhar, e sem perceber, aquele menino tinha conseguido tirar um sorriso de minha face.

   Gostava das crianças, com suas genialidades básicas e malucas
   algum homem com uma mentalidade pura e inocente de uma criança é chamado de louco pela sociedade.
   ainda sentia uma criança gritando dentro de mim
   - "Liberte-se !!!" - berrava essa criança.
   - "Acalma-se." - suspirava sob meu sub-intelecto.

   A criança virou a esquina com sua pipa.
   como um rei após derrubar uma muralha com seu exército, como uma leoa após vencer sua presa,
   e lá estava eu, virando outra esquina
   regurgitando como uma vaca, apenas existindo.
   um pensamento maluco.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Dias estranhos de um qualquer

   Estava á umas 45 horas sem dormir em um dia de sábado, sem compromissos, aliás, com alguns até, mas ele não estava "afim" de curtir. Um sábado de um vagabundo.
   Olhou no seu celular, ela não ligou...Ás 23:00h da noite estava entediado, não queria ficar em casa e decidiu sair para apenas: Ir na rodoviária ( único local da cidade com um bar aberto, cerca de apenas 15 mil habitantes ) comprar dois vinhos fortes ( baratos ), acender um baseado, beber 1 vinho e meio e voltar para sua casa afim de amenizar suas dores amorosas. Tudo isso em cerca de meia hora mais ou menos. Mas não...O mundo conspirava para ele sempre encontrar com pessoas e ocorrer loucuras que o cotidiano-social  não entendia.
   Ao caminho da rodoviária encontrou com seus conhecidos bebendo e cheirando disfarçadamente em um bar&petiscaria ( barzinhos caros ) e o cumprimentando ansiosamente, queriam pirar...Ele na verdade não sabia oque queria ao certo. Olhou no seu celular, nenhuma mensagem, nenhuma ligação.
   - Cara ! me empresta 5 reais... Sê bebe cerveja aqui com a gente de boa e eu vou pegar um pó. - disse um deles.
   -Ok. - respondeu. Não era de total agrado as sensações que ele tinha com a química. Mas ele estava desligado com o bem estar.
   Encontrou um amigo, eram um dos gente-finas, os vagabundos, os caras legais. Ele considerava como amigo. Foram fumar um baseado e trocar histórias do passado de infância...das atualidades das histórias loucas que passaram. Uma conversa descontraída com pessoas simples e despreocupadas com oque estava acontecendo por aí no mundo .Nada melhor ter umas conversas dessas com os amigos.
   Quando estava saindo, ele já pretendia ir embora...apenas comprar o vinho e ir embora. Chegam seus conhecidos.
   -Velho, vamos pirar em uma festa. Vai ser legal. - disse o barriga.
   -Ok.
   Não sabia porquê, mas ele não fazia nada demais para pessoas o cumprimentarem com tanta convicção e começar com uma conversa aqui outra ali, mas não sabia porquê...ele não se identificava com eles.
   Ao caminho dessa festa, eles se deparam com um rato no meio da calçada, o rato estava na dele. Um incrível e descontraído rato. Barriga simplesmente o chutou com toda sua força, o rato voou quase meia rua inteira e aterrissou no chão com uma pancada de cabeça. Barriga apenas riu e disse:
   - HAHAHA! Você viu ?- Não respondeu. Aí percebia porquê ele não se identificava com eles.
   Chegaram a festa. Ele não era lá essas coisas vivido na vida. Mas sabia bastante coisas sobre como o mundo, o governo, os jovens e os adultos e o modo que eles já se comportavam, e sabia também que quase ninguém daquela casa tinha um intelecto bom a ponto de desenrolar uma boa ideia ou descontrações legais.
   Meninas se pegando, caras bêbados querendo alguma sacanagem com as meninas, e elas lá. "A Deus dará".
   Todos queriam apenas pirar....inclusive ele. Piraram. Olhou no celular, nenhuma ligação ou mensagem ainda.
   Nenhuma mulher dali o interessava, aquela mesma história que ele não se identificava. - Porquê você está usando essa jaqueta de soldado ?? - perguntou uma das meninas.
   - Porquê você está usando esse vestido preto com bolinhas brancas ??? - retrucou ele.
   - Porquê eu queria sair assim hoje.
   - Eu também queria sair assim hoje.
   - Grosso.
   Mulheres...vai entender as mulheres.
   Fumaram mais umas ervas e decidiram ir embora. Até então ele já estava em outra dimensão. Já não correspondia aos seus bons pensamentos... No momento, ele era um qualquer estranho igual á todos daquela casa.
   Finalmente ficou sozinho ao ir embora. Ao som de Nothing Terrible New - The Hellacopters. A música fazia sentido com tudo que estava acontecendo naquele momento com ele. Novamente tudo fazia sentido, ele voltou a ser um crítico novamente. Avistou o pobre rato que havia sido chutado no meio da rua, esmagado por carros, triste, indignado por sua morte. Ele conseguia ver tudo isso no olhar frio e vidrado do rato. Ele tinha certeza que o mundo era completamente injusto com a maioria do seres vivos que existiam. Inclusive com ele.
   Refletiu sobre existencialismo, filosofias, sobre o estado, sobre a verdade que não existia. E principalmente, sobre sua noite de hoje. Uma merda de uma noite.
   Olhou no celular, nada, absolutamente nada. "Foda-se" pensou ele. O amanhã a ele não pertencia, já sabia disso. Afinal, ainda não estava de bem consigo mesmo.
   Chegou em sua casa, comeu e escreveu um texto.

Sem ninguém

   Como um pobre dependente químico de sua cocaína
   aqui estou eu completamente necessitado de seu amor
   porém alguém soprou todo o pó do pobre viciado,
   e você magoou o amor do miserável amante
   rastejando, ele tenta cheirar os vestígios de sua droga
   sofrendo continuo a sofrer com meus pensamentos
   qual é o problema? A droga do amor ? Ou o amor da droga ?

   Não temos cura, quanto muito menos queremos algum tipo de tratamento
   quietos aqui ficamos ( por fora )
   enquanto em nosso subsolo consciente estamos a gritar espernear loucamente por nossa  [ ambição
   o viciado sabe que em um futuro próximo a sua cocaína ele terá
   porém ele queria-a agora
   o amante sabe que ela o ama,
   mas o amanhã o incomoda

   A vida poderia ser justa,
   se existissem apenas
   eu e meu amor
   o viciado e seu pó
   e nada mais,
   E ninguém mais para atrapalhar.